1. Aquisição de Equipamentos Por as Corporações Policiais

  • 2 de dezembro de 2021
Aquisição de equipamentos para as corporações policiais
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Nos últimos anos, o equipamento policial — seja o fornecido institucionalmente, seja aquele adquirido individualmente pelos próprios profissionais — tem apresentado um salto significativo em qualidade, disponibilidade e tecnologia. Esse avanço traz à tona questões fundamentais: como escolher? de quem comprar? como comprar?

A resposta exige maturidade técnica e estratégica. Afinal, todo material policial deve ter como finalidade central potencializar o desempenho da função policial, isto é, garantir o uso legítimo da força — potencial ou real — de forma proporcional e adequada a cada situação.

A legitimidade nasce da escolha correta

A correta aplicação da força fortalece a legitimidade da Instituição Policial perante a sociedade. Nesse contexto, a escolha de equipamentos adequados, seja em aquisições particulares ou em compras institucionais, assume papel central.

O processo de decisão deve considerar três condicionantes:

A. Atividade – Qual a missão a ser cumprida? Quais necessidades mínimas o equipamento precisa atender?
B. Alcance da distribuição – O material será destinado a todos os policiais ou a grupos especializados?
C. Financeiro – Quais recursos estão disponíveis e qual o nível de qualidade esperado?

A interação desses elementos está diretamente vinculada ao princípio constitucional da eficiência, que deve reger as compras institucionais e pode, igualmente, ser aplicado nas aquisições individuais.

Custo, especialização e distribuição

  • Quanto menor o universo de usuários e mais especializada a atividade, maior tende a ser o custo individual. Isso explica por que equipamentos de operações especiais possuem preços diferenciados.

  • Por outro lado, em universos maiores e atividades generalistas, o custo unitário pode cair, mas o impacto financeiro global será maior.

É nesse equilíbrio que se encontra o verdadeiro desafio: nem sempre o equipamento mais barato é o mais eficiente. O correto é buscar o melhor custo-benefício, que une funcionalidade, qualidade e durabilidade.

Normas, qualidade e armadilhas estéticas

Um dos maiores equívocos no processo de aquisição é a falta de conhecimento sobre normas técnicas. A ausência de exigência e comprovação de conformidade com NBRs ou normas internacionais como NIJ, VPAM, TR E CAST para coletes bal´siticos,  compromete a eficiência da compra e, consequentemente, a execução do serviço policial.
Aprenda sobre essas normas no artigo que escrevemos clicando aqui.

Outro ponto crítico é o design enganoso. Equipamentos que priorizam estética sem função, como bolsos costurados sem real capacidade de expansão, apenas aumentam custos de produção sem entregar valor real ao policial em operação. O design deve ser simples, funcional e objetivo.
Laudos técnicos que não são realmente interpretados de forma adequada por quem solicita são outro entrave na construção de TR de qualidade.


Eficiência nas compras institucionais

Vencida a etapa de catalogação e definição do produto ideal, a forma mais eficiente de aquisição institucional é via registro de preços, precedido por pregão eletrônico. Esse modelo garante:

  • Celeridade no processo.

  • Sustentabilidade nas compras, evitando estoques desnecessários.

  • Redução de custos, através de lotes mínimos de aquisição e negociação direta com fornecedores.

Esse sistema se aproxima do conceito de “Just in Time”, desenvolvido pela Toyota, onde os recursos são aplicados de forma racional e estratégica.

Eficiência é legitimidade

A aquisição de equipamentos policiais deve fugir das armadilhas do “barato que sai caro” e priorizar qualidade comprovada, respeito a normas e foco na finalidade da função policial.

Cada item corretamente escolhido não é apenas um instrumento de trabalho: é um reforço da legitimidade da Instituição Policial e uma garantia da vida do policial e da população que ele jurou proteger.

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  • Perguntas mais frequentes

    A escolha deve levar em conta três fatores principais:

    • Atividade: qual a missão ou tarefa que o material precisa cumprir.

    • Alcance da distribuição: se o equipamento será usado por todos os policiais ou apenas por unidades especializadas.

    • Financeiro: disponibilidade de recursos e nível de qualidade esperado.

    Não. O equipamento ideal não é o mais barato, mas o que apresenta melhor custo-benefício, unindo qualidade, durabilidade e funcionalidade. Optar apenas pelo menor preço pode comprometer a eficiência da atividade policial e até colocar vidas em risco.

    Normas como as NBRs (ou equivalentes internacionais) garantem que o equipamento cumpra padrões de qualidade e segurança. A ausência de exigência ou comprovação dessas normas leva a compras ineficientes e equipamentos que não cumprem sua finalidade.

    Equipamentos destinados a operações especiais costumam ter custo unitário maior, devido à especificidade e ao menor universo de usuários. Já materiais de uso geral, destinados a todo o efetivo, tendem a ter custo unitário menor, mas envolvem maiores volumes financeiros.

    Priorize sempre design simples e funcional. Bolsos falsos, foles costurados sem expansão e outros elementos apenas estéticos aumentam o custo sem oferecer vantagens reais ao policial em operação.

    A modalidade mais eficiente é o registro de preços precedido por pregão eletrônico, pois garante:

    • Maior transparência.

    • Celeridade no processo.

    • Sustentabilidade financeira, evitando estoques desnecessários.

    • Melhor negociação de preços por meio de lotes mínimos.

    A qualidade comprovada deve ser o fator decisivo. Produtos certificados, resistentes e adequados à função policial preservam vidas e fortalecem a legitimidade da instituição. O preço deve ser analisado em função da durabilidade e eficiência do equipamento.

    Tanto nas aquisições individuais quanto nas institucionais, deve-se aplicar o princípio da eficiência, previsto na Constituição. Isso significa escolher equipamentos que realmente atendam às necessidades operacionais, evitando desperdícios e priorizando produtos com comprovação técnica.

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